quarta-feira, 16 de abril de 2014

A MRN – Mineração Rio do Norte e o Paternalismo Cultural






                  O Brasil passa hoje por uma grande estruturação político-cultural com a implementação do SNC – Sistema Nacional de Cultura que tem como objetivo “padronizar” a política cultural respeitando a imensa diversidade das regiões do País. O Estado do Pará e seus mais de 140 municípios estão aos poucos entendendo a importância e aderindo ao Sistema, readequando seus Marcos Legais de acordo com a sua realidade na tentativa de criar o CPF da cultura nos municípios, ou seja, Conselho de Políticas Culturais, Plano Municipal de Cultura (o que garantirá uma política de Estado para a cultura) e o Fundo Municipal de Cultura, objetivando uma gestão bem mais compartilhada e transparente, proporcionando a classe artística local e a sociedade o poder nos processos decisórios.
                        O Ministério da Cultura e suas Autarquias governamentais como a FUNARTE criaram diversos editais de fomento a cultura nas mais diversas áreas, linguagens e segmentos artísticos, essa política de editais proporcionou que diversos grupos do interior do Pará (agora me refiro apenas a esse Estado) fossem contemplados nessas políticas, proporcionando a toda a comunidade um maior acesso a produtos culturais além de mais dignidade do trabalho de diversos agentes da cultura.
                    Ressaltando que o processo de seleção desses editais, assim como os pareceres e os critérios adotados para tais análises se aperfeiçoaram muito num médio espaço de tempo. Excelência artística da proposta, qualificação de profissionais envolvidos, empregos gerados, alcance do projeto, acessibilidade, observância aos portadores de deficiência sendo temporária ou não são apenas alguns dos itens comuns observados por pareceristas do Brasil inteiro na análise dos mais diversos projetos, tudo isso assegura ao candidato uma maior imparcialidade dentro do processo em relação aos pareceristas, promovendo assim uma escolha mais justa. Porém, ainda existem empresas como a MRN – Mineração Rio do Norte que ainda não se adequaram a essa nova proposta de gestão cultural e ainda aplica o “escasso” recurso destinado a projetos culturais que a mesma dispõe anualmente na distribuição de benesses a poucos agraciados sem qualquer tipo de critério. O mistério e a falta de transparência no trato com a cultural da região, além de uma péssima distribuição dos recursos, onde a maior parte ainda fica na gestão de uma empresa agenciadora chamada Planeta Agencia de Cultura, situada em Belo Horizonte que por poucas vezes apoia eventos culturais nas cidades de relacionamento da empresa Mineração Rio do Norte.     No site da MRN não consta nada do que foi investido em Cultura nos anos de existência da empresa, nem ao menos se dão ao trabalho de elaborar um edital de seleção e não informam sequer quanto será investido no ano corrente.
                   Isso preocupa, pois, uma empresa que diz que respeita o homem e não proporciona o fomento, a valorização, a revitalização, a reflexão da cultura desse agente cultural na sua região de forma justa e sistemática, comete todos os dias um atentado contra o povo.
Para se ter um parâmetro a MRN recolheu para os cofres do Estado do Pará no ano de 2012 em imposto de ICMS a quantia de R$ 23,7 Milhões e de Imposto de Renda (para o Governo Federal) a quantia de R$ 56,4 Milhões, segundo dados fornecidos pelo endereço: http://www.mrn.com.br/Informaes%20Financeiras/24x27cm-DOE-2012.pdf  – página 03.

O que queremos com tudo isso?
Queremos um edital por parte da empresa que informe o valor anual destinado a projetos culturais;
Queremos o estabelecimento de critérios para a escolha dos projetos culturais;
Queremos uma maior transparência na gestão desses recursos destinados a cultura;
Queremos uma verdadeira relação institucional entre a MRN e as Secretarias de Cultura das cidades de “relacionamento” da MRN;
Queremos a elaboração de um plano de trabalho anual por parte da Gerencia de Relações Comunitárias da MRN;
Queremos o repasse direto de um percentual da verba destinado a cultura para o Fundo Municipal de Cultura das cidades de Relacionamento da MRN;

Queremos de fato que esta empresa apoie a cultura do povo do Pará que tem um percentual de 86% de profissionais do Estado trabalhando nesta empresa e que tem pouquíssimo acesso a eventos e produtos culturais na região.
Por fim queremos a valorização do agente cultural da nossa região, dignidade no fazer artístico;
Queremos a revitalização dos tradicionais eventos, Mostras de Teatro, Festivais Juninos entre outros na região;
Queremos cursos de capacitação de verdade e não cursos de mentira que a MRN paga tão caro e leva para a região;
Queremos ser tratados com respeito!
Dignidade para a cultura da região já!

Elder Aguiar – Produtor Cultural e Presidente da Associação Artístico Cultural Olho d’água.

Santarém – 08 de Abril de 2014 ás 21h.       


A cultura de Santarém a mercê do Prefeito Alexandre Von e do governador Jatene


                       A matéria abaixo é um edital especialmente para os estados que estão dentro do Sistema Nacional de Cultura e consequentemente para as cidades que aderiram e completaram o processo de adesão ao sistema e estão aptas a comer a fatia deste bolo. O estado do Pará esta lento e devagar com relação as ações de políticas públicas para região, bem como a cidade de Santarém que aderiu ao Sistema através da assinatura do protocolo de intenções assinado pelo Prefeito Alexandre Von e está também com os encaminhamentos estagnados, no primeiro momento o Projeto lei que cria o CPF da cultura (Conselho, Plano e o Fundo) foi repassado ao vereador Ronan Liberal Jr. que deu encaminhamento, porém, por falta de adequações devolvido do executivo para o legislativo, nesse momento estamos aguardando as decisões do prefeito que detém o projeto, alegando estar analisando o mesmo, sabemos que a prefeitura tem setor jurídico e todo um corpo técnico para este tipo de análise e precisamos de celeridade no processo para que os segmentos culturais possam estar sendo beneficiados através do Plano Municipal de Cultura de Santarém, onde as propostas validadas na conferencia estarão fazendo parte do texto e objetivos do mesmo.
                                Meus questionamentos são os seguintes:
1 - Será que o Prefeito tem interesse em fomentar realmente a cultura santarena?
2 - Qual o motivo real de tanta demora?
3 - Por que os vereadores não se posicionam de maneira mais eficiente e eficaz?
4 - Por que o secretário de cultura Nato Aguiar está esperando tanto?






O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Articulação Institucional (SAI), abriu processo seletivo que tem como objetivos o fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura (SNC) e a contribuição com o cumprimento das metas do Plano Nacional de Cultura (PNC). O edital foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 24 de março de 2014.
Poderão participar do edital, os governos estaduais e o Distrito Federal, que tiverem seus Sistemas Estaduais ou Distrital de Cultura instituídos por leis próprias até o 31 de março de 2014.
As inscrições podem ser feitas até o dia 7 de maio de 2014 e serão realizadas exclusivamente por meio do sistema SALICWEB, disponível no sítio eletrônico www.cultura.gov.br
Eixos
A Chamada Pública do Sistema Nacional de Cultura vai possibilitar o repasse de recursos via Fundo Nacional de Cultura para Estados que completaram todo o processo de adesão ao Sistema Nacional de Cultura. Todos os Estados brasileiros e mais de 2100 municípios já assinaram, porém, nem todos completaram os trâmites.
Nesta primeira leva de recursos, serão contemplados, os Estados que assinaram a adesão e já cumpriram as próximas etapas pós-assinatura. O total de recursos disponibilizados será de R$30 milhões e serão distribuídos através de 3 eixos:
EIXO 01 – Promoção da Diversidade Cultural Brasileira.
Apoio a projetos de desenvolvimento sustentável de comunidades tradicionais e grupos de culturas populares. (Meta 6 do PNC)
EIXO 02 – Fomento à Produção e Circulação de Bens Culturais.
Apoio à produção e circulação de bens culturais. (Metas 22 e 24 do PNC)
Financiamento de projetos de montagem e de circulação de espetáculos, mostras e eventos.
EIXO 03 – Implantação, Instalação e Modernização de Espaços e Equipamentos Culturais. 
Confira as categorias:
CATEGORIA 01 – Implantação - Trata-se de ação de construção de espaços e equipamentos culturais, visando ampliar o acesso dos brasileiros à arte e à cultura. 
CATEGORIA 02 - Modernização – Trata-se de uma ação de modernização de equipamentos e espaços culturais, permanentes ou provisórios, e garantia de sua operação e do acesso do público à programação, aos produtos e aos bens culturais.
Conheça as linhas de ações:
Linha 1) Modernização de bibliotecas públicas municipais ou estaduais, existentes: atende a reforma do espaço físico, desde que próprio do município ou estado, atualização, ampliação e informatização de acervos, aquisição de equipamentos tecnológicos, criação de novos serviços incluindo serviços de extensão, capacitação e formação de profissionais que atuam em bibliotecas, programação cultural, promoção e mediação de leitura. O requisito de acessibilidade é transversal e componente obrigatório no projeto.
Linha 2) Modernização de museus municipais ou estaduais, existentes: destina-se a ações e estudos estratégicos para modernização de museus, manutenção das ações/programações culturais regulares, ampliação do acesso.
Informações e orientações poderão ser obtidas através da Coordenação-Geral de Institucionalização e Monitoramento do Sistema Nacional de Cultura, da Secretaria de Articulação Institucional, por meio dos telefones: (61) 2024-2330 e 2024-2332
Texto e edição: Ascom / MinC