terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Tinho Fonseca 50 anos dedicados a música



     
           Dedicado ao ensino aprendizagem da música na região, José Agostinho da Fonseca Neto (Tinho Fonseca), nasceu no dia 21 de junho de 1953 na cidade de Santarém, Estado do Pará, filho de Wilson Dias da Fonseca e Rosilda Malheiros da Fonseca quinto filho do casal, casado com Maria de Fátima Santos da Fonseca o qual tiveram três filhos, neto do maestro que lhe deu o nome, iniciou suas atividades musicais aos 5 anos de idade onde já mostrava grande talento musical ao piano e executava com elogiável segurança. Iniciou seus estudos com seu pai Maestro Wilson Fonseca primeiramente no piano e depois a leitura de partituras, quando seus coleguinhas lhe pediam para ensinar a tocar piano respondia com naturalidade para que eles pedissem para seus pais ensinarem pois na sua mentalidade infantil era a coisa mais natural do mundo os pais ensinarem os filhos a tocar, pois vinha de uma família de músicos. Em 1964 inicia estudos de clarineta com seu irmão José Wilson da Fonseca, passando a integrar como titular desse instrumento, o conjunto jovem “Tapajoara”, organizado e dirigido por seu irmão Vicente Fonseca.
      Em 1965, e no seguinte, em conjunto com seu irmão Vicente, e a partir de 1967, individualmente, até o seu desligamento como aluno do Colégio Dom Amando, foi agraciado com troféus e medalhas de “Honra ao Mérito”, pelo seu destaque no movimento musical.
      Em 1966 passa a integrar, como clarinetista, a Banda de Música Professor José Agostinho, dirigida por seu pai. Em 1967, assume a direção da Fanfarra do Colégio Dom Amando, da qual vinha fazendo parte como músico desde de seu ingresso no educandário, com passagem por todos os instrumentos que a compões, nesta instituição terminou o colegial correspondente ao ensino médio atual. Dá-lhe nova orientação. Ajudado pelos colegas promove campanhas para renovação e ampliação do seu instrumento e da indumentária dos figurantes.
Em 1969, inicia-se como organista da Catedral de Santarém, no acompanhamento dos cânticos das missas dominicais e em solenidades outras, coo casamento, colação de grau, etc.

       Em 1970, passa a integrar, como tecladista, o conjunto jovem denominado “Os Hippies”, orquestra estruturada à base dos recursos eletrônicos. É Destacada pela sua organização, apurado gosto artístico, interpretação e notadamente pelo seu comportamento nas relações com terceiros, com reflexo em toda a região do Baixo Amazonas, como atestam as apresentações feitas e várias cidades do “hinterland”, inclusive na capital do Estado. Põe em evidência a sua capacidade de arranjador orquestral, quando lhe foi confiado o cargo de ensaiar e apresentar com Os Hippies, as 45 músicas classificadas no “I Festival da Música Popular do Baixo Amazonas”, ocasião em que foi louvado e teve suas qualidades artísticas enaltecidas pelo presidente da Comissão julgadora, o insigne Maestro Waldemar Henrique.

        Em 1971, nos desfiles da semana da Pátria, além de pertencente ao seu Colégio, Dom Amando, instrui e apresenta as fanfarras escolares do Colégio Santa Clara e do Grupo Escolar Frei Ambrósio. Inscreve-se, em 10.11.1971, sob o registro nº 975, na Ordem dos Músicos do Brasil. Em Belém, no ginásio “Jarbas Passarinho”, no mês de dezembro, figura como tecladista de um dos conjuntos que atuaram no “I Festival Estudantil da Canção”.

        Em 1972, participa ativamente, da “Semana de Santarém”, levada a efeito de 23 a 27 de outubro no Theatro da Paz, em Belém Pará, de cuja Comissão organizadora foi membro. Apresentou-se em todo o decorrer da semana, tocando piano acústico, teclado eletrônico, órgão e contrabaixo. Além dos acompanhamentos que lhe foram confiados e do show que foi apresentado pelo conjunto “Os Hippies”, destacou-se, como solista de órgão, acompanhado ao piano por seu genitor, em magistral execução da conhecida “Czardas”, de V. Monti, sendo estrepitosamente aplaudido de pé pela entusiástica assistência que superlotou a todas as dependências do famoso teatro ao final.

        Além de outros, recebe ecôminos do maestro Waldemar Henrique, que novamente o estimula a prosseguir no aprimoramento da sua arte, obsequiando com dois preciosos volumes de tratados da música, com fraternal dedicatória. É guindado ao corpo de professores do colégio Dom Amando, ocupando a disciplina de canto misto a 4 vozes, além de dar continuidade na direção da fanfarra.

       Com sua versatilidade é um virtuose em órgão, piano e teclados sintetizadores eletrônicos, executa ainda com desembaraço o acordeão, xilofone, escarlete, violão, clarinete, saxofone, guitarra, contrabaixo de cordas, além de todo o instrumento de sopro e percussão de banda musical.
  
        Em 1973, grava, como solista instrumental, de forma experimental, o disco LP intitulado “À Foz de Um Rio Azul – Tinho interpreta Wilson Fonseca” contendo 16 músicas de autoria de seu genitor onde teve participação especial. O disco teve tiragem limitada sem tiragem comercial ou pretensão de sucesso popular. Sua criação foi para registrar o agradecimento dos ensinamentos musicais que o intérprete tem recebido do homenageado. Os instrumentos utilizados foram eletrônicos de poucos recurso, assim como a técnica de gravação que foi realizada domiciliarmente pelo próprio intérprete. Na semana de lançamento toda a tiragem foi esgotada.


         Em 1974, tendo sido aprovado em concurso público, ingressa no quadro de funcionários do Banco do Brasil na agencia de Alenquer, tendo sido transferido para Santarém no ano seguinte. O Banco do Brasil foi decisivo em apoio cultural tão necessário naquela época.

         Em 1987, lança novo LP com 13 músicas produzido fonograficamente pela Distribuidora Discoseixas, cujo produto da venda foi destinado ao Asilo São Vicente de Paulo. Atuou desta vez fazendo o acompanhamento instrumental em teclados sintetizadores eletrônicos sob o canto do artista local Ray Brito, com quem mantém uma dupla para apresentações. O disco intitulado “Encantos de Santarém”, foi editado pela UNACAM em gravado em Belém do Pará nos estúdios da Gravassom. Diversos autores e compositores tiveram seus trabalhos registrados nesta obra. Novamente foi sucesso de vendagem e execução.
         Em 1989, num projeto arrojado, idealiza, modifica a atual estrutura da fanfarra e cria a Banda Marcial do Colégio Dom Amando, composta de comissão de frente (com porta-escudo, porta bandeiras, guardas de honra, balizas, mor) assistentes, músicos e regentes num total de duzentos componentes que selecionou pessoalmente usando como base a flauta doce. Coordena e supervisiona todos os trabalhos além de atuar como maestro e professor de música juntamente com outros professores e seus convidados, todos trabalhando por amor à arte e por amor ao colégio em que estudaram. Os uniformes de gala, tipicamente caracterizados para a banda, foram desenhados e fabricados por empresa especializada em São Paulo e adquiridos mediante campanha junto ao empresariado local e ex-alunos do colégio. Dada a estrutura da banda única em Santarém, passa a apresentar-se sem concorrer nos concursos locais de bandas e fanfarras, de onde saiu vencedora em praticamente todos os eventos. Importante ressaltar que a partir de então, as outras fanfarras absorveram estes músicos, dando novo rumo a este segmento musical. Utilizando computador Tinho inicia o trabalho de armazenar a obra do seu pai em formato midi.

         Em 1993, deixa o Colégio Dom Amando para iniciar um novo trabalho no campo da música. É convidado pela superintendente Glória Caputo e assume a coordenação das atividades do polo de Santarém no Projeto de interiorização da Fundação Carlos Gomes, que tem sede em Belém do Pará. Dia 02 de agosto de 1993, no auditório da Casa da Cultura Historiador João Santos, realiza a aula inaugural com a presença de todos os alunos matriculados e seus responsáveis, além dos convidados e autoridades que se fizeram presente. A partir de então, dá início a formação do Grande Coral infanto-juvenil composto de 345 componentes, cuja a estreia deu-se um mês depois, no dia 04 de setembro, sob sua regência e da professora Elizety, no auditório da Casa da Cultura. No mesmo ano participa com destaque, Seminário de Flauta Doce realizado em Belém pela Yamaha, ministrado pelo maestro japonês Kazutaka Mizumoto. Participa do curso de Canto Coral e Regência Coral promovido pela Fundação Carlos Gomes em Belém, ministrado pela professora Dulce Primo.

        Em 1994, amplia o Coral da Fundação Carlos Gomes – Pólo de Santarém para 400 componentes e cria um conjunto de Flauta Doce com 250 instrumentistas de flauta doce sopranino, soprano, alto e tenor. Nos dias 10 e 11 de março de 1994 promove o I Seminário de Flauta Doce de Santarém realizado pela Yamaha com apoio da Fundação Carlos Gomes, ministrado pelo professor maestro japonês Kazutaka Mizumoto destinado a alunos e professores, sob a coordenação do Maestro Tinho Fonseca.

        Em 10 de julho de 1994 promove o recital de inauguração do novo espaço destinado aos trabalhos de música, com atuação do grande coral e do conjunto de flautas doce, sob a regência e acompanhamento ao piano, espaço este localizado nas dependências da Casa da Cultura, cujo nome foi escolhido pela superintendência da FCG: “Escola de Música Maestro Wilson Fonseca” em homenagem ao grande e imortal compositor santareno. Valorizando os alunos que mais se destacam no aprendizado da música, cria a “Orquestra Concertante de Flauta Doce”, onde 40 alunos selecionados pela alta performance se apresentam, sob a sua regência, com desenvoltura e qualidade enaltecida. De 17 a 19 de novembro, realiza com sucesso de participação de concorrentes de nível elogiável e público lotando as dependências do auditório, o I Festival de Flauta Doce de Santarém, aberto aos alunos de Flauta Doce, em homenagem ao 82º aniversário do Maestro Wilson Fonseca, patrono da escola, onde promove o concurso entre os quais se destacam na arte da música, valorizando, assim, o músico instrumentista.
         Participa com a Escola de Música “Maestro Wilson Fonseca”, das gravações dos programas, realizados pela Rede Globo de televisão, da TV Cultura e da TV Bandeirante. Merece matéria Pública no jornal “Folha de São Paulo”. Recebe dia 25 de novembro, a homenagem “Méritos Tapajônicos” concedido pelos jornais “Província do Pará” e “Jornal de Santarém”, pelos destaques na área cultural através da música em Santarém no ano de 1994.
Tendo a escola que dirige recebido instrumental para formação de Banda de Música dia 21 de junho de 1995, dia de aniversário, aplicando os conhecimentos inatos e através dos ensinamentos de seu pai, e os desenvolveu de forma autodidata. Realiza um de seus maiores sonhos, lançando em primeira audiência, sob sua regência, na casa de cultura, a banda de música “Maestro Wilson Fonseca”, composta por 34 integrantes de ambos os sexos, da faixa etária de 9 a 15 anos de idade, formada há 3 meses unicamente por alunos da escola de música que dirige. A estreia superou todas as expectativas dos avaliadores e do público em geral que lotava o auditório. No dia 22 de junho, dia do aniversário da cidade, exibe em primoroso desfile a banda de música recém lançada. Dia 7 de setembro em comemoração ao dia da independência do brasil, leva a avenida a escola de música Wilson Fonseca, que desfilou com garbo sob o toque de sua banda de música. Dia 23 de agosto, participa da programação em homenagem a seu pai, Maestro Wilson Fonseca realizada no CENTUR cujo o 
resultado foi perpetuado na gravação de um disco, onde está incluído uma faixa como sua lista de piano acústico interpretando o choro-estudo “Não me apresse”. Cria a Associação de Pais e Amigos Wilson Fonseca para ajudar na manutenção da escola.
 Promove, com a escola de música, consertos natalinos por diversas praças na cidade de Santarém.
Em 1996, amplia a banda Maestro Wilson Fonseca para 36 componentes e aprimora seus alunos, orientando-os no sentido de se tornarem solistas, criando conjuntos camerísticos como: duos, trios, quartetos, quintetos, sextetos, septetos, todos apresentando excelentes resultados. Dia 21 de junho, recebe do poder executivo municipal, a condecoração com a medalha Padre João Felipe Bettendorff pelos relevantes serviços desenvolvidos ao município. Nesse mesmo ano, a banda de música que dirige, recebe do poder legislativo a condecoração de honra ao mérito pelos relevantes serviços prestados ao município. Leva a banda a muitas apresentações em Santarém e cidades vizinhas, leva a banda a Belém para participar do terceiro encontro de bandas realizado pela Fundação Cultural do Pará. Em 1997 amplia a banda para 40 integrantes, e nesse mesmo ano recebe o diploma pelos relevantes serviços prestados e incondicional apoio ao exército através do 8º Batalhão de Engrenharia de Construção e recebe da Ulbra diploma de reconhecimento de serviços prestados. Ainda em 97, conduz a banda que dirige a participar do primeiro encontro latino americano de educação musical e do 6º encontro da associação brasileira de educadores de música, realizado em Salvador Bahia, cujo o trabalho foi distinguido com elogios das autoridades latino americanas do ensino da música. Nos últimos 25 anos a escola está presente e viva dentro da sociedade santarena, participando de todos os

       A Escola de Música Maestro Wilson Fonseca existe há 25 anos com um quadro de 35 professores e 2.000 alunos disponibilizando para a comunidade 25 cursos de música, dança e teatro, sob a direção do Maestro Tinho Fonseca que até hoje faz questão de reger e realizar pequenas e grandes apresentações nos eventos promovidos pela instituição, pela prefeitura de Santarém e pelas instituições da cidade como universidades, escolas e comunidades.
Texto escrito por seu pai Wilson Fonseca e finalizado em seu Último parágrafo por Elizangila Dezincourt e José Cândido Corrêa

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